quinta-feira, 16 de maio de 2013

1 mês em greve!


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Greve na Unesp Ourinhos completa um mês

Além de Ourinhos, Marília, Assis e São Vicente também estão com atividades paralisadas
No último dia 17 de abril, os estudantes da Unesp (Universidade Estadual Paulista) , do campus de Ourinhos, fizeram uma assembleia que reuniu mais de 100 pessoas. Na ocasião, os estudantes decidiram entrar em greve e parar com as atividades como aulas e pesquisas, mantendo apenas as atividades de extensão, que atendem a comunidade.
Na lista de reivindicações dos estudantes estavam itens como o pagamento das bolsas de auxílio, que estavam atrasadas, e políticas de permanência, como restaurante universitário e moradia. Depois de Ourinhos, outras unidades da universidade no estado também entraram em greve, mostrando que os estudantes estão mobilizados e articulados.
Para Gabriel Cunha, estudante do curso de Geografia em Ourinhos, esse primeiro mês de greve foi importante na construção da luta pelo estado. “Já temos quatro campi em greve (Ourinhos, Marília, Assis e São Vicente), conseguimos chamar um conselho de entidades com mais de 35 entidades e 250 alunos presentes. Além disso, nesta sexta-feira ocorrerá um ato na reitoria em São Paulo com participação da maioria dos campi, professores da rede e movimentos sociais”, afirmou.
“Creio que ainda estamos em um momento de fortalecimento do movimento, analisando estratégias, discutindo e nessa próxima semana as universidades começarão a tomar novas ações para que nossas reivindicações sejam atendidas”, opinou.
Segundo o estudante, eles ainda não tiveram nenhum avanço em relação às reivindicações junto à reitoria. “Na semana passada o reitor havia marcado uma reunião com Marília para o dia 10. Porém, ele cancelou afirmando que caravanas de Ourinhos e Assis entrariam na reunião, o que não é verdade. O que ocorre é que Marília entende que a pauta de todos os campi da Unesp é única e as unidades em greve têm as mesmas reivindicações por isso o direito de participar da reunião”, explicou. Uma nova reunião ainda não foi marcada, já que ele tirou férias do dia 13 a 24 de maio. “Mais uma manobra para não negociar com os estudantes, ou seja, a reitoria ainda continua fechada para negociação até mesmo para a diretoria do campus”.
A Unesp afirmou, em nota, que 95% das bolsas já foram pagas neste mês. No entanto, de acordo com Gabriel, as bolsas foram pagas, porém com recursos da própria unidade. “A Unesp Ourinhos usou de seus fundos para adiantar o pagamento dessas bolsas, já que o repasse da reitoria iria atrasar novamente. Mesmo com a bolsa paga, o retroativo não veio, ela continua reduzida a nove meses e com um valor absurdamente pequeno. Além do mais a questão das bolsas é parte de um problema estrutural muito maior que tem a intenção de diminuir a participação de alunos filhos de trabalhadores na universidade, ou seja, elitizá-la, não concordamos com isso, pois quem paga esta universidade é o povo com seu árduo trabalho diário depositado em exorbitantes impostos cobrados pelo governo”, afirmou.

A previsão é que a mobilização das Unesp em todo o estado cresça ainda mais.  “Temos assembleias para essa semana com indicativos de greve em Araraquara, campus que conta com mais de mil estudantes, Ilha Solteira com mais 800, Franca com 500, São José do Rio Preto com 800 e por aí vai. Vemos que a mobilização só vem crescendo e acredito que é por conta do descaso com nossa educação e o engessamento de uma sociedade alienada e consumista é o estopim para as lutas sociais que vem ocorrendo pelo Brasil”, contou.
 Gabriel, um dos representantes do coletivo de greve de Ourinhos, aproveitou a entrevista para agradecer o auxílio dos sindicatos, dos professores da unidade e principalmente da população, que tem parado nas ruas para ouvir e dar apoio aos estudantes.

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