Nas duas últimas semanas três campi da UNESP decretaram greve contra os mais recentes ataques neoliberais do govenro do estado: o PIMESP, programa que ataca violentamente as universidades sob um falso discurso de privatização, na melhor tradição petista, mostrando, pois, que há bem menos diferenças entre governo estadual e federal do que se quer mostrar. Além do que, a precarização das universidades públicas alcançou um nivel gritante, com falta de bolsas e salários. As poucas políticas de permanência estudantil são violentamente atacadas, enquanto estudantes tem de se virar pra não passar fome e as moradias estudantis estão superlotadas.


Abaixo, segue o chamado à mobilização estadual que estes estudantes ora elaboraram afim de contribuir com a luta estadual unificada contra estes malfazejos ataques.




CHAMADO À MOBILIZAÇÃO ESTADUAL

Mais uma vez o movimento estudantil da UNESP se coloca contra o projeto privatista de universidade do governo do estado e das reitorias. Desde o dia 17 de abril, os estudantes da UNESP de Ourinhos estão em greve e desde o principio desta semana os estudantes da UNESP de Marília estão também em greve com ocupação da Diretoria da universidade. Por todo o estado as assembleias estudantis pipocam; em Marília, assembleias de curso lotadas , além da própria assembleia geral, com cerca de 600 estudantes, indicam o caminho da continuidade e radicalização da mobilização.
Sabe-se que o projeto de universidade brasileira sempre foi elitista, de forma que diante do direito da população à educação superior, os governos respondem com vestibulares cada vez mais restritivos e com a conivência com os grandes tubarões da educação bem como com a mercantilização desta. Os poucos estudantes de baixa renda que adentram a universidade, apesar do governo, enfrentam ainda outras dificuldades, posto que dependem de políticas consequentes de permanência estudantil, que as reitorias, por força de seu projeto de universidade, insistem em negar. Se se trata de um problema estrutural, este ano a questão agudizou-se: corte de bolsas socieconomicas e de extensão, infraestrutrura de moradias e restaurantes universitários insuficiente, somado a uma reitoria intransigente nas negociações, serviram como estopim para o movimento estudantil dizer basta.
Além destes problemas estruturais da educação brasileira e diante da demanda de acesso da população às universidades públicas, o governo do Estado de São Paulo este ano elaborou um ataque brutal a UNESP, USP, UNICAMP e ao Centro Paula Souza, que não se via desde os Decretos Serra e a UNIVESP: trata-se do PIMESP. Sob um falso discurso de democratização ao acesso por meio de supostas cotas, o governo e as reitorias tentam a passos largos avançar na privatização das três universidades. Por meio do PIMESP, o governo intenta seguimentar a categoria discente em cotistas e não cotistas, inferiorizando os primeiros, além de implantar, em fato, um projeto de formação sequencial na esteira dos processos de Bolonha, o cerne da política educacional do FMI e Banco Mundial.
A estes problemas soma-se a carestia de vida, que leva a queda do poder de compra de bolsas e salários, além da onda de perseguições e repressões que há muitos anos as reitorias desencadeiam contra estudantes e trabalhadores. Com este entendimento dos fatos, os estudantes da FFC-UNESP/Marília convocam as entidades que compõe o Fórum das Seis a aderirem aos processos de luta desencadeados por Ourinhos e Marília. Somente a força da unidade dos três setores pode fazer o governo recuar e atender integralmente nossas justas demandas. Chamamos também todos os movimentos populares a aderirem a nossa luta, posto que ela é vossa também.

Por Políticas de Permanência Estudantil Plenas!!!

Abaixo o PIMESP: pelo fim do vestibular. Educação é direito e não mercadoria!!!

Abaixo à repressão e a estrutura de poder: pela real democratização da universidade!!!

23 de abril de 2013
Assembléia Geral de Estudantes da FFC-UNESP/Marília