quinta-feira, 2 de maio de 2013

Moção de Apoio axs Estudantes em Luta Por Uma Universidade a Serviço do Povo


O campus da FCLAR está ocupado, assim com Marília , Assis e Ourinhos. A particularidade de nossas demandas decorre da expulsão de 6 estudantes da moradia estudantil em função de uma orgia realizada no interior de um quarto. Este acontecimento deflagrou uma série de manifestações pela revogação das expulsões e sindicâncias, e contra os padrões heteronormativos e a domesticação dos corpos, culminando, ao lado do R.U., em uma ruptura territorial onde posicionamos nossas barracas há uma semana. A fogueira, alimentada por lenha, música e utopia, nos aquece durante as noites em que conspiramos contra tudo aquilo que percebemos fazer parte de um amplo processo de privatização do ensino, processo que é essencialmente contrário à educação emancipatória: aquela que liberta, na direção de uma sociedade organizada horizontalmente, pelos de baixo, de baixo pra cima, e não de forma piramidal, vertical, de cima pra baixo. Esta perspectiva de educação emancipatória visa agregar as práticas livres, as relações de afeto não-patriarcais, e cuja extensão abriga a possibilidade de romper com o cerco de vigilância, autoritarismo e opressão que ronda o espaço da universidade, assim como a alienação contida e provocada pelo produtivismo acadêmico, direcionado para as demandas do mercado, e não da sociedade.
Neste sentido, manifestamos aqui uma dimensão mais ampla de nossas reivindicações: já não basta a revogação das expulsões. Queremos o mundo, e o desejamos agora, mesmo desejo que compartilha o prazer orgástico, que derruba couraças e também derruba muros. Queremos democratizar a educação, explicitando o apartheid social que aflige o sistema de ensino brasileiro. E tal democratização passa necessariamente pela resistência popular e apoio mútuo entre todxs que se dispõem a reverter e transformar esta realidade obscura: passa necessariamente pela revolução social.
                O primeiro passo é lutar pelas políticas de Permanência Estudantil, ou seja: contra o corte de bolsas e a favor da ampliação destas a nível integral, aumentando seu valor  e quantidade; pela ampliação do direito a moradia; contra o aumento do preço do R.U. e a recolocação das catracas – projeto que já está sendo estudado e que desde já nos propomos a barrar, desejando assim a inclusão de uma opção vegetariana e a reforma do R.U. para melhorar as péssimas condições de trabalho e suprir as demandas que crescem a cada dia e reflete em filas intermináveis e limitação de refeições;  contra a terceirização em todas as categorias de trabalho na universidade (possibilitando assim melhores condições de trabalho no R.U., no xerox, na limpeza e na gráfica por exemplo); a favor das cotas, mas contra o PIMESP (Plano de Inclusão por Mérito), que não deixaremos passar, pois compreendemos que aprofunda a segregação e elitização no acesso e permanência na universidade; contra a repressão, cada dia mais presente, e que demonstra a criminalização dos movimentos sociais (tais como o Movimento Estudantil) pelo Estado; contra o PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional). A concretização destas pautas só pode ocorrer através da ação direta: greves, paralisações, ocupações. O diálogo já nos foi negado no momento em que impuseram tais condições sobre nós. Convocamos plenária para o dia 06/05, e assembleia geral para o dia 09/05, que irá deliberar as estratégias futuras para nos posicionarmos coletivamente de forma a integrar todo o campus frente às violentas injustiças que experienciamos cotidianamente. Estais atentos.
Diante da necessidade de uma organização estudantil a nível estadual, que possa atender às reivindicações não só dos estudantes, mas também das classes trabalhadoras, manifestamos através desta carta nossa solidariedade à greve dos estudantes de Marília, Ourinhos e Assis, pontuando reivindicações que são gerais e encontram eco no discurso e prática dxs companheirxs destes campi. Manifestamos solidariedade também à greve dos professores, cuja luta é indissociável desta que construímos.
Nem um passo atrás!
POR UNIVERSIDADES A SERVIÇO DO POVO!

Coletivo de Estudos Libertários - Araraquara

Nenhum comentário:

Postar um comentário