quarta-feira, 24 de abril de 2013

MOÇÃO DE APOIO DO CURSINHO ALTERNATIVO CAUM, DA UNESP MARÍLIA

O CAUM (Cursinho Alternativo da UNESP de Marília), cursinho pré-vestibular que é produto direto das lutas estudantis, possui caráter socioeconômico e reúne estudantes de diversas periferias da cidade e arredores. Hoje, o CAUM vem sofrendo vários ataques da burocracia da universidade. Diversos direitos conquistados através da luta junto ao movimento estudantil, como o acesso pleno à biblioteca e ao laboratório de informática, estão sendo ameaçados (estão “temporariamente” suspensos). A diretoria da FFC (Faculdade de Filosofia e Ciências) cada vez mais percebe que o CAUM, para além de preparar para o vestibular, forma os estudantes também como sujeitos políticos. Além dos estudantes regulares (150), o cursinho hoje conta com um grande contingente de estudantes ouvintes. A própria presença destes estudantes no interior da UNESP denuncia o caráter elitista da universidade pública e o filtro de classes que é o vestibular. 

Não bastasse a exclusão do vestibular, a atual direção da FFC vem tendo sucessivas práticas de ataque axs estudantes do CAUM, cortando a quantidade de materiais destinada ao cursinho, e buscando aumentar o peso de decisão dos docentes da UNESP sobre os rumos do CAUM, reduzindo, assim, a autonomia política da auto-organização estudantil. O CAUM, desde 2010, cobra a direção no que toca suas demandas e neste ano evidenciou-se, sobretudo, a falta de acessibilidade para estudantes com dificuldade de locomoção, bem como a necessidade de intérpretes de libras para estudantes com deficiência auditiva. A direção alegou que estas não são demandas urgentes, dizendo ainda que a verba destinada à acessibilidade não é para construir rampas e/ou contratar intérpretes (sequer existe este cargo no subquadro de funcionários da UNESP). 

Esses problemas são estruturais, e evidenciam a precariedade das políticas de permanência estudantil como parte importante do projeto de universidade elitista implementado pela REItoria e o governo de São Paulo. Fazem de tudo para que xs filhxs da classe trabalhadora continuem excluídxs das universidades, quando conseguem passar pelo vestibular, não têm condições de permanecerem em seus cursos. 
A universidade pública hoje, mantida com os impostos dos trabalhadores, nega a eles o acesso, restringe a eles a permanência, bem como volta sua produção de conhecimento a fins privados. 

Além dos problemas específicos do CAUM, a precariedade de políticas de permanência na UNESP de Marília é um impulso à luta dos estudantes. As bolsas BAAE nem de longe atendem as demandas. O recente anúncio dos contemplados gerou imensa revolta e preocupação dos estudantes que ficaram na lista de espera, sem perspectivas de como se manterem na universidade. O Restaurante Universitário está com sua capacidade mais do que insuficiente. É recorrente a chamada “fila dos desesperados” (estudantes que ficam de fora, sem refeições). Os trabalhadores do RU estão trabalhando para além de suas atribuições. A moradia estudantil está superlotada.

Estas e outras demandas têm impulsionado as lutas dos estudantes desde o começo do ano, com atos e entraços no RU. Recentemente demos um salto de organização, ao fazermos uma assembleia geral conjunta dos estudantes da graduação com os estudantes do CAUM, tendo estes últimos direito a voz e voto. Da assembleia geral tiramos uma agenda de mobilizações que, partindo das pautas mais locais, nos permite entender a necessidade de lutar contra a estrutura de poder da universidade, que é um instrumento para a implementação deste projeto elitista de educação.

A notícia das mobilizações da UNESP de Ourinhos nos dá uma enorme força para avançar nossas mobilizações em Marília! Os estudantes de Ourinhos hoje nos dão um exemplo de luta! 
Entendendo que estes elementos de precarização e este projeto de universidade é o mesmo para todas os campi da UNESP - e que, segundo informes, é brutal em Ourinhos - a necessidade de unificação das lutas se torna urgente! 
Construamos um CEEUF combativo!

O CAUM grita: TODO APOIO Á GREVE DOS ESTUDANTES DE OURINHOS!

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